O uso de novas tecnologias trouxe incontáveis benefícios nas mais diversas áreas do conhecimento.
A internet, por exemplo, encurtou distâncias e possibilitou o surgimentos dos cursos a distância.
Na agropecuária, uma novidade possibilitará maior agilidade nas informações. O senso agropecuário conta agora com o computador de mão, um instrumento que será muito importante para agilizar a coleta de dados. Confira abaixo uma entrevista realizada pelo jornal Bom dia Brasil com o presidente do IBGE, Eduardo Nunes:
Bom Dia Brasil: A pesquisa vai trazer indicadores sociais? Qual é a diferença em relação ao último censo agropecuário? Eduardo Nunes: O último censo agropecuário foi feito em 1996, e de 1996 até hoje o setor agropecuário brasileiro mudou muito, se diversificou, melhorou do ponto de vista tecnológico e alcançou um estágio bastante desenvolvido no mercado internacional. Precisamos conhecer esse novo retrato do Brasil.
O uso dos computadores de mão, certamente, deve agilizar a coleta de dados durante o trabalho dos recenseadores. Isso deve fazer também com que o resultado saia mais rápido?
Nós iniciaremos hoje a coleta. Até 31 de julho estaremos concluindo o trabalho. Em 31 de agosto, publicamos à população brasileiro e até o final do ano publicamos a maioria dos dados sobre a agricultura brasileira.
Como o censo vai registrar, por exemplo, essas transformações no campo, melhoramento genético de raças de gado e de frango, enfim, toda essa modernidade? Como isso vai funcionar?
Nós temos no censo um grande questionário. São, praticamente, 200 blocos de perguntas. E uma das características do processo produtivo, que é a inovação tecnológica, tanto na área da lavoura quanto na área da pecuária, todas essas inovações serão alvo de perguntas especificas sobre o uso de tecnologias, de equipamentos, de utilização de pesquisas para melhoria tanto genética quanto do seu processo produtivo. Isso tudo está incluído nesse conjunto de perguntas do censo agropecuário.
Outra novidade deste ano é a questão dos assentados. Os recenseadores também vão mapear os assentamentos e o número de assentados. O IBGE tem conhecimento desse número preciso?
Nós temos conhecimento de todos os assentamentos regularizados no país. O que nós estaremos fazendo é a atualização do número de pessoas que hoje vivem e trabalham em cada um dos assentamentos rurais. Daí a importância do recenseamento. Sempre precisamos retornar a esses lugares onde a dinâmica da população e da agricultura ainda está em curso.
No Mato Grosso do Sul, estado que tem um dos maiores rebanhos de gado de corte no Brasil, nesse período do ano tem a cheia do Pantanal, uma das maiores dos últimos tempos. Os acessos estão alagados, as estradas estão cheias de água. É muito difícil chegar a essas fazendas. Em algumas, não dá para chegar nem de avião porque a pista também está cheia de água.
A grande dúvida dos pecuaristas, principalmente na região do Pantanal, é como os recenseadores vão chegar e quando eles vão chegar, até porque muitas fazendas ficam sem o proprietário lá – fica só o capataz ou só o peão cuidando do rebanho?
E na fronteira do Brasil com a Bolívia, a grande dúvida é com relação aos estrangeiros que têm domicílio do lado brasileiro. Só uma ponte separa os dois países. Os estrangeiros também serão visitados pelos recenseadores?
São duas perguntas interessantes. Em primeiro lugar, em relação ao acesso às propriedades, o produtor pode ficar tranqüilo que o IBGE, inclusive, contará com o apoio das Forças Armadas, tanto o Exército, Marinha e Aeronáutica, para transportar os nossos recenseadores. Mas se a propriedade tem só o administrador e o seu proprietário reside em outro local, nós temos toda a nossa rede de coleta que poderá pegar o endereço desse proprietário e entrevistá-lo no local onde ele estiver residido.
Em relação à população estrangeira, se esta população, se estes cidadãos habitam no Brasil, eles serão recenseados. Se na data “31 de março” eles estivessem morando no Brasil, eles serão recenseados. Não diremos nessa pesquisa se ele é brasileiro ou estrangeiro, mas todos os cidadãos serão contados.
E a questão do acesso?
Pela dificuldade do acesso, nós pedimos já, já programamos junto com as Forças Armadas, o transporte para facilitar a condução dos nossos entrevistadores. No caso de ainda haver dificuldade, posso tranqüilizar porque até 31 de agosto nós teremos nossa equipe em campo e até lá teremos todas as condições de entrevistar essas propriedades que têm mais dificuldades.
Os recenseadores devem encontrar dificuldade em algumas residências, porque as pessoas ficam preocupadas em abrir a porta para um desconhecido. É fácil identificar os recenseadores? Existe essa preocupação do IBGE?
Nessa operação, nós teremos duas marcas do recenseamento. A primeira é o computador de mão. Cada recenseador do IBGE vai estar acompanhado e vai realizar o seu trabalho com um computador de mão, em que será preenchida toda a informação que a família e o produtor rural fornecerem ao IBGE. O nosso entrevistador, o recenseador, todo ele está vestindo um colete que tem a marca do IBGE. À frente do colete, ele terá uma identificação, com sua identidade e fotografia. Ao lado, o telefone 0800 721 8181, do IBGE. Por esse telefone, gratuito, qualquer pessoa que tiver dúvida pode ligar para o IGBE no Brasil inteiro que nós poderemos certificar a documentação desse nosso recenseador.
Foto:http://www.itcomitan.edu.mx/informacion/carreras/imagenes/agronomia.jpg